quarta-feira, novembro 28, 2007

OBRIGADO UHF

30 anos de Rock Português


Foi no passado dia 20 de Novembro que os UHF entraram no seu 30.º aniversário.
24 de Novembro foi o dia escolhido para junto dos fãs lançarem mais um disco de raridades (o segundo de uma colecção de três que só estará disponível no mercado em Janeiro), e apresentarem algumas imagens do DVD captado ao vivo no Coliseu de Lisboa (a ser editado em Março de 2008).
O normal debate entre banda, fãs e amigos teve como principal ponto de interesse a vontade de todos verem a discografia completa dos UHF editada em CD. António Manuel Ribeiro anunciou que se encontra em negociações com algumas das editoras que detêm discos da banda e garantiu a edição de outros, durante o ano de 2008, dos quais os UHF são donos.
A compra de merchandising e trocas de raridades entre fãs são algo a que gosto muito de assisir. A ano passado, por exemplo, alguns aficionados trouxeram um single em vinil que pagaram a peso de ouro com duas canções gravadas e editadas em formato pirata (com capa e tudo!) no Coliseu de Lisboa no ano de 1992, uma delas com Jorge Palma como convidado! Edição limitada a 15 unidades…
Espera-se um ano cheio de edições dos UHF (a nova geração merece e deve ter acesso ao repertório de uma das bandas históricas deste país, aliás, o facto de terem tantos discos esgotados ou nunca editados em CD faz com que as gerações mais recentes tenham um quase total desconhecimento de canções passadas, claro que não falo de "Cavalos de Corrida" nem "Rua do Carmo" pois essas já há muito se encontram no novo formato).
O jantar foi bem regado e bem conversado como também já é costume. Alguns dos carismáticos fãs dos UHF aproveitaram a hora de jantar para cantar os hinos que mais lhes agradam e que nem sempre são as canções mais conhecidas. Aqui e ali, perguntava-se baixinho aos músicos qual seria o repertório para o concerto… ninguém falou, claro pois surpresa é surpresa e assim é que as coisas têm graça!
Chegada a hora do concerto, a banda entra no camarim para um último momento de concentração. O público, os amigos, os fãs, a imprensa e os curiosos juntam-se em frente ao palco enchendo a sala da Discoteca Swell na Costa de Caparica.
"Estou de passagem (voo 079)", "Violenta Violência", "Jorge Morreu", Cromados e Limalha", "Cavalos de Corrida", "Menino, canção da Beira Baixa", "Matas-me com o Teu Olhar", "Rua do Carmo", "Sonhas na Estrada de Sintra", "Uma Valsa, Uma Dança", "A Lágrima Caiu", "Chamem-me Narciso" (com o vocalista dos Karpe Diem a subir ao palco), entre outras, completaram uma hora e meia a cair para as duas horas de concerto.
Entre clássicos e pérolas desvendadas nos dois discos de raridades disponíveis até hoje, devo dizer que adorei o repertório. É bom chegar a esta noite nos últimos cinco anos e tocar uma série de canções que nunca tocamos. Dá-nos energia, mostra-nos outros caminhos.
De salientar que esta formação dos UHF, que já se encontra no seu núcleo duro junta há 11 anos, recria à sua maneira estes velhos clássicos. O que mostra a personalidade deste conjunto (é a minha visão da coisa). Outro assunto sobre o qual ninguém fala é a estabilidade que este grupo apresenta. Noticia no passado por constantes reformulações de formação, esta é a formação de sempre que mais anos vestiu a camisola UHF.
Foi bom, aliás é sempre bom, ver nos nossos concertos companheiros de armas de outras bandas, antigos músicos dos UHF, antigos técnicos, antigos managers… enfim, amigos que se fazem na estrada e que por uma razão ou por outra optaram por outro caminho.
A pedido do meu amigo Eskimo, relatei-vos uma noite que para nós, que lá tivemos, foi fantástica. Aparece na próxima e vem curtir connosco!


António Côrte-Real
http://www.uhfrock.com/
http://www.myspace.com/uhfrock




NOTA DO ESKIMO
Talvez envergonhados, talvez longe destas paragens, os fãs dos UHF presentes no encontro escusaram-se a fazer o relato do que se passou na Costa, no sábado, 24 de Novembro. Então, nada melhor do que ir à fonte, beber dos seus ensinamentos e saber o que sentiu um dos 4 magníficos que faz hoje parte de uma das mais importantes bandas do rock português. O guitarrista dos UHF, António Côrte-Real, conta-nos como viveu os festejos dos 30 anos. Um muito obrigado do dono do blog e uma nota: Bom texto, Toninho!

16 comentários:

PInacio disse...

Estive, estou e estarei sempre presente. Independentemente de tudo e todos. Este ano gostei em especial da companhia do meu amigo Fino (cada vez admiro mais a tua paciência para me aturares), não esquecendo o resto da pandilha a saber: James, Monge, Victor, Tangará, Diamantino, Matos, Henrique, Jaime, o condutor da Limusine, Célia, Elsa, Angela, Muni(Yoko Ono),Paula, Rui Correia (e su trupe), Diamantino (Srº Drº). Um agradecimento especial a; AMR, ACR, Nando e Ivan.

Saudacões musicais

Eskimo disse...

Semper fi. É esse o espírito. O amor não se explica, sente-se.

Eskimo disse...

Uma nota: Grande boneco do Cameramen Metalico...

Anónimo disse...

estive na costa, no concerto, e adorei. é a primeira vez que vejo o teu blog e gostei. viva os uhf, a melhor banda de rock portugues. obrigado ao guitarrista pelas palavras. e bom ler aqueles de quem gostamos. boa ideia.

Anónimo disse...

Eu fui, não por ser "fã" dos uhf, mas sim pelo convivio com amigos.

Os UHF não são uma banda que me diga muito neste momento... já tiveram os seus momentos para mim e acredito que para o público que os costuma acolher continuem a ter...

Isto não quer dizer que não haja canções que ainda goste de ouvir... existem algumas, das mais antigas, que ainda me "tocam".

Sobre o evento :

- Não considero a escolha do local não a mais perfeita para um encontro daqueles... Acho que a ideia de promover o convivio entre fãs e amigos é interessante. Talvez seja uma tentativa de aproximação da banda ao seu público e às pessoas que por qualquer razão estiveram e ainda estão ligadas à banda, tal como os Karpe Diem.

Tendo voces, KD feito a primeira parte de muitos concertos de UHF, continuo a achar que o publico alvo deles nada tem a ver com o vosso publico alvo, mas não quero com isso desvalorizar essa "entre-ajuda" que houve durante todo este tempo... se é que lhe posso chamar isso...

Gostei de ver o Paulo subir ao palco... Acho que foi um momento bonito, para ele e para quem o acompanhava...

Mesmo assim, não me consigo esquecer de um concerto à uns anos atrás, numa terra qualquer que já não me lembro do nome, os Kd pedirem para o António Manuel Ribeiro e ele não não ter subido...

Não me esqueço... porque há coisas que me marcam pela positiva, outras pela negativa... eu, que talvez tenha sido o meu primeiro concerto de KD, não gostei da atitude... Fossem quais fossem as razões...

Quero deixar claro que não faço qualquer juizo de valor de nenhum membro dos uhf por causa dessa atitude.

Não quero com este comentario criar qualquer desconforto a ninguém, apenas deixo aqui a minha opinião.

Beijos,

Yoko Ono

Eskimo disse...

Obrigado Luís. Um abraço do Eskimo.

Eskimo disse...

Belo comentário Yoko. Obrigado também. Mas tens de perceber uma coisa: os UHF são uma banda profissional e o AMR tem um prestígio a defender. Logo, quando é chamado para cima de um palco, para tocar com uma banda com quem nunca ensaiou sequer um minuto, não pode aceitar. Aliás, lembro que ele nunca disse que iria subir ao palco. Estas coisas não se improvisam, combinam-se. Não foi assim na altura, o pedido dos KD teve a resposta que merecia. Aliás, penso que toda a banda sabe bem que nesse caso a razão ficou toda do lado do AMR. Por isso, uma coisa nada tem a ver com a outra. Foi certamente um grande momento para o Paulo, ao qual gostava muito de ter assistido, também pelas razões que enumeraste antes. A presença de amigos e de uma banda, que não sendo hoje uma das minhas principais referências, tem algumas das músicas que mais gosto no rock português. E que deram alguns concertos que me ficaram marcados na memória. Alguns até aqueles em que abrimos e em que os vi arrasar a seguir. Beijos.

Meideprak disse...

O PI descobriu um novo músico em palco no "Chamem-me Narciso", um tal de José Rodrigues e até fez questão de brindar essa descoberta ao micro!! mas não foi grave, entre Junta de Freguesia a Câmara Municipal, Penafiel a Paços Ferreira, Fernando a José, ele está lá! afinal PI,quem é o Zé?

Anónimo disse...

É o atrofiadinho que subiu a palco no matas-me, só pode, que deixou o AMR em polvorosa.

Eskimo disse...

É então caso para dizer: Matas-me com o teu olhar!

Anónimo disse...

ou com o bafo... o gajo que invadiu o palco tava com uma bezana do caraças... mas não távamos todos??

Kermit disse...

Também nunca percebi a ligação dos KD com os UHF. Continua um mistério para mim.
Entendo a admiração pelos UHF por alguns membros da banda, mas nao percebo o relacionamento "KD-UHF", já que não têm nada a ver uma banda com a outra, para além da óbvia amizade pessoal.

Gostava de entender.

Beijos,

K.

Anónimo disse...

Parece-me a mim que não existe apenas admiração de alguns elementos dos KD pelos UHF. A admiração gerou algumas grandes amizades (uma delas bem conhecida). E os UHF como prova dessa amizade (e porque também viram algum potencial, digo eu) fizeram vários convites aos KD para actuarem juntos. Que estes não recusaram porque gostam de actuar ao vivo, como qualquer outra banda (julgo eu). Pelo que não vejo nenhuma estranheza nesta relação.
Mas atenção que esta é a MINHA interpretação do pouco que pude observar ao longo de uns tempos. Pelo que se não for nada disto façam o favor de me desmentir.

Quanto ao facto de não terem nada a ver uma com a outra, não concordo. Num ou outro tema dos KD consigo vislumbrar algumas sonoridades muito próximas dos UHF. E depois o dois grupos tocam rock puro e duro (apesar dos UHF em alguns momentos/temas na sua carreira terem aligeirado o som).

Portanto minha amiga, não me parece que os KD estejam nos antípodas do UHF. Acharia sim, estranho, se por exemplo, os KD fizessem concertos como o Quim Barreiros ou com o Tony Carreira.
Enfim, são opiniões.

Mas quero deixar bem claro que isto é só e apenas a MINHA opinião, que sou leiga nestas coisas da musica.

Fénix

Anónimo disse...

E mesmo que não tivessem nada a ver, os Karpe Diem não podiam tocar com os UHF?? hehehe

Desculpem-me mas 12 anos no circuito profissional do rock em Portugal já me deram tempo para ouvir tudo :-)

Senão fosse pela amizade (que tb é), poderia ser pelas condições que os UHF proporcionam aos Karpe Diem sempre que tocam juntos (que tb é), poderia ser porque tocar antes dos UHF significa tocar para alguns milhares de pessoas (que tb é) e por ai fora... O Bernardo tem uma visão apurada da coisa, tem a visão de quem já viveu muito nesta vida e muito ainda quer viver.

Abraços e beijinhos.

António Côrte-Real

Eskimo disse...

Na mouche, ACR. Não em relação aos elogios que me fazes mas às razões. Um abraço e obrigado.

Anónimo disse...

Já agora aproveito para pela primeira vez falar sobre este assunto:

Está-se finalmente a ver a luz ao fundo do túnel... relativamente ao disco de tributo aos UHF.

Devo dizer que "produzi" (entre aspas porque foi a primeira vez que o fiz e as minhas limitações eram as normais de alguém que tinha começado a aprender algo de novo)uma parte do disco e que além de me ter dado um gozo do caraças trabalhar com os Karpe Diem, a versão de "Concerto" que fizeram está fantástica!

O Paulo Inácio declama o poema como ninguém, a secção ritmica marca o ritmo da melhor maneira (e não é fácil... lembram-se de Zé Carvalho e Carlos Peres?) e as guitarras levam o arranjo mais além, dão-lhe algo de novo, de fresco.

Tá no "meu" top dos 3 melhores temas do disco.

Abraços

António Côrte-Real