quinta-feira, fevereiro 26, 2009

NO LINE ON THE HORIZON

CONFESSO que estou com algumas dificuldades para decidir o que penso sobre este novo álbum dos U2. Sendo que tem definitivamente temas de que gosto realmente e outros que abomino. Na segunda categoria, uma curiosidade que sempre me intrigou: a capacidade que algumas bandas têm para escolher uma das piores músicas do seu trabalho para single. Passa-se com este "No line on the horizon", onde "Get on your boots" é verdadeiramente muito fraco, mas passou-se também com a minha banda preferida, no seu último lançamento. É estranho.
"No line on the horizon" foi uma tarefa difícil para os U2. Não sei se por falta de soluções criativas, mas o "despedimento" de Rick Rubin, que fez com a banda mais de 30 canções é sintomático. Depois de ouvir a agressividade que Rubin imprimiu ao tema que os irlandeses gravaram com ops Green Day, estava muito curioso em ver o resultado do trabalho dos U2 com Rubin. Foi todo deitado fora e foram novamente chamados ao leme os habituais (brilhantes, óbvio) Daniel Lanois, Brian Eno e Steve Lillywhite.
Ou seja, de fora e em pura especulação, parece-me que pela primeira vez na carreira os U2 temeram a revolução e optaram pelo conforto de um som e paisagens melódicas já conhecidas. E isso deixa-me triste. Porque dentro do mainstream até hoje os U2 tinham consguido sempre manter uma personalidade acima das políticas empresariais que lhes permitiu muitas vezes arriscar. Veja-se "Achtung baby" como o caso mais paradigmático.
Resumindo, que a psicologia barata já vai longa, "No line on the horizon" será um bom álbum -- bons temas tens-nos certamente -- mas de forma egoísta posso dizer que não era o que eu estava à espera. Não há risco, não há novidade, não há nada que possa colocar em perigo ou mexer com a brilhante carreira da maior e melhor banda comercial de sempre. Com um produtor como Rubin era isso que os U2 fariam. E eu adorava ouvir o resultado final. Este trabalho é bonito, tem canções óptimas, mas podiam ser deste disco, do anterior... Continuo a ouvi-lo. É bom. Mas não, não tem nada de genial.

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