domingo, julho 29, 2007

LIFE ON THE ROAD


VEJO uma reportagem com os Gift na TV e penso como gostava de ter os problemas deles. Aprende-se muito em concertos como o de ontem. São coisas assim que nos tiram a vontade de continuar a tocar. Ou nem isso. Podem também dar-nos mais força para continuar...

OS KD estiveram quase bem. Connosco um técnico profissional como o Zé Motor que fez as coisas acontecerem. O staff técnico e do merchandising também em cima. Mas um concerto entrecortado por meninas e mais um público sem a mínima queda para a coisa leva a pensar o que andamos aqui a fazer.

OK, os KD não são a oitava maravilha do mundo. Estou de acordo. Oiço a gravação do concerto e com mais certezas fico de que isso é verdade: Mas, foda-se, tenho dúvidas que muitas bandas de originais melhores que nós tivessem muito mais sucesso ontem à noite. E depois as constantes más condições que encontramos por esse país fora...

Nós cobramos um cachet ridículo. A maior parte das vezes mal dá para a as despesas. Nenhum de nós vive da musica - já teríamos morrido à fome -... ou seja, não pedimos muito. Bons palcos, bons sons e boas luzes. Apenas isso. E ultimamente temos tido azar. Ontem também.

Um PA a roçar o inacreditável tal a falta de profissionalismo com que estava montado, para não falar do facto de ser qualquer coisa em que já o Afonso Henriques tinha feito uma tournée. E se não fosse o Zé Motor duvido que conseguissemos sequer tocar. Depois a equipa técnica... bem... prefiro não falar. E tudo isto não por falta de dinheiro. Ignorância apenas. Por menos dinheiro podiam ter muito, mas muito melhor.

Essencialmente, tenho pena da falta de um circuito amador de rock em Portugal. Fosse em todas as cidades, fosse apenas nas universidades, que se fizesse mais pela cultura musical em Portugal. Hoje ela é degradante e ninguém faz nada para o combater. O país real é assustador. Mas não só. Lisboa e Porto não têm hoje uma sala média para concertos. Algo inacreditável que faz com que todas as bandas não mainstream ou menos famosas não possam passar por cá a não ser em festivais e maltratados pelos sons de quem abre os grandes palcos.

É por essas e por outras que questiono se valerá a pena. Adoro o convívio. Adoro algumas músicas. Adoro saber que há pessoas como o Matos e o Henrique (?) que fazem tantos quilómetros para nos ver. Adoro ser bem tratado por organizações simpáticas como a de ontem. Isso diz-me que devemos continuar. O resto...

10 comentários:

Kermit disse...

Perguntaram ao merchandising: "Os KD fazem covers de quê?"

(Pois... é triste).

Anónimo disse...

Sabes que tudo isso já nem me chateia muito, este é o País que temos, este é o País que quando vota, vota nos mesmos (ou em seres andrógenos que ciclicamente aparecem por a(li)qui), este é o País que a estomatologia não faz parte do SNS (ou lá o que isso seja), este é o País onde não existem infantários para os nossos filhos (não que façam falta).Sabes amigo, este talvez seja o País onde os Karpe Diem fazem falta, ou não ( o Zé faz falta, não, não é esse, é o Motor).

Saudações musicais

Anónimo disse...

O resto que se foda... Só consegui ver metade da reportagem dos gift... meteu-me NOJO... e deu-me mais força ainda, e somos os maiores...

David Monge

Anónimo disse...

Nojo??!!!! Porquê???!!

Anónimo disse...

No coment's...

Anónimo disse...

Tá. Ok. Confesso que não vi a reportagem desde o inicio. Pelo que vou partir do principio que houve alguma coisa que me escapou.
Mas fiquei curiosa quanto ao motivo dessa indignação.

Bj
Fénix

Anónimo disse...

Fénix:
O Monge é o maior, pá! Não vês logo que os The Gift ao lado do Monge não valem um cú? O resto que sa foda...

PS: Também nao vi a reportagem.

Kermit

Anónimo disse...

A questão não é de valer ou deixar de valer, é simples: eu até nao deixava de gostar ou gostar de gift, era uma banda que merecia um certo estatuto neste Portugal, mas após talvez mais de uma hora de promoção de quem não precisa, e ainda por cima que fazem muitas viagens, e armarem-se como diz o meu amigo PI " musicos (punks) de sulofan, e armados em estrelas do nada, desculpem-me que diga: OS KARPE DIEM SÃO OS MAIORES. e como dizes e bem Eskimo, nós não queremos estrelato, nem aparecer ans revistas cor de rosa ou amarelas, apenas eu axo e penso que queremos é tocar até que a voz nos doa ou os pulsos, EU NÃO VOU DESISTIR E TU? E VOCÊS?

Abraços MONGE

Anónimo disse...

E como apelidamos e bem, e como PI diz: O ZÉ FAZ FALTA... e viu-se o que fez... o Zé Merece um motor de 250 cavalos, a galopar por esses palcos todos...

DMONGE

Anónimo disse...

Mas as bandas (que podem) não fazem todas promoção do seu trabalho? E promover pressupõe dizer bem "da coisa", ou não?!

E..."estrelas do nada"??!!! Do nada??!!! Bem, pelos menos conseguem avistar-se do nosso país.

E como é que podes dizer que não desejas o estrelato para os KD (se eu própria o desejo)?! Não seria bom poderem ter a oportunidade de fazerem uma reportagem de promoção para um canal qq?! De terem sucesso? De verem reconhecidos os vossos dotes artisticos?

Pode não te/vos ser dada essa oportunidade (que eu acho uma tremenda de uma injustiça), mas no fundo no fundo é isso que desejas, não é? Afinal ainda é o sonho que comanda a vida.

E quem é que falou em desistir??!!!
Longe vá o agoiro.

Bjos à tutti
Fénix