sexta-feira, novembro 10, 2006

TOWER OF STRENGHT

I FEEL. The Mission e Xutos. Foram eles que me fizeram começar a tocar. Foram eles, o Kalú e o Mick, quem mais influenciou o meu estilo de tocar. Nunca me preocupei muito com a técnica. Apenas com a vibe. Gosto que quem toca comigo sinta sempre a marcação. O bombo e a tarola. A magia de sons que, mal ou bem, estão sempre lá. Não gosto de carícias e malícias num baterista. Respeito o estilo e sou capaz de adorar ao vê-los num concerto. Mas é algo que não me faz vibrar. São gostos. Eu gosto mais… à bruta.

Em termos musicais nunca gostei de tecnicistas. Talvez por inveja. Como sei que sou um cepo não aprecio aqueles que são melhores. Mas quero acreditar que não. Gosto de quem sente o que faz em palco. Nesse aspecto, e sendo visualmente e musicalmente super-estimulante, o concerto dos Muse, lotado no Campo Pequeno, acabou por ser superado no meu coração pelo dos New Model Army, no Hard Club. Curiosamente, onde não estavam mais de 200 pessoas. O rock visceral e a garra colocada em palco pelos NMA deixaram-me completamente agarrado. Tanto eu como a Sara passámos duas horas a dançar, no meio de uma dúzia de fãs que vieram de toda a Europa para vibrar como nós. Foi lindo. Há momentos assim. Em que o poder de cinco homens num palco nos transportam a outra dimensão.

Nas várias bandas em que toquei as sensações foram sendo diferentes. Os Kaganisso eram pouco coesos ao vivo. Mas havia dias em que arrancávamos concertos extraordinários. Uma banda feita de altos e baixos, mas com uma front-woman cheia de garra e carisma, às vezes até demais. Nos KD, hoje, a sensação é semelhante. Mais barulho, mais rock, mais velho e cansado, às vezes sem pachorra para carregar a bateria para cá e para lá, mas ainda com dias sim. Curiosamente, o concerto do Bairro, em que todos os elementos tiveram de se revezar para segurar o bombo e com um som miserável em cima do palco, ficou-me cá dentro. Gostei mesmo. Talvez até de forma egoísta. Inventei… e pronto. Sem preocupações. Sem stress. Sem pensar nos outros. As minhas desculpas por isso.

A vida também é vivida um pouco assim. Sempre com paixão. Tento colocá-la em tudo aquilo que faço. Às vezes há recaídas. E falta de tempo para levar a sério os vários hobbies em que me meto. Mas as coisas vão andando. E importante, importante, é o facto de ir passar o fim-de-semana ao Algarve com a Sara e os miúdos. E vou estar com o Jagunço, o que é sempre uma festa. Prevejo mais uma pequena bebedeira. Aliás, um convívio…

A finalizar uma palavra de conforto a todos os benfiquistas. É nestes momentos dramáticos que devemos dar a mão aos nossos amigos. Antes 6 milhões, hoje apenas 160 mil. Cuidado. Podem ser uma espécie em extinção. E depois vamos gozar com quem? Eu vou comprar o kit de sócio. Ouvi dizer que se recebe um bigodinho postiço à Vieira. Ui, ui…

PS: A foto é, obviamente, do Carlos "Australiano" Gonçalves

4 comentários:

Meideprak disse...

Tb n sei muito, toco o que sei e o que vai na alma, com prazer e pica, dá aquele gozo contigo.

Anónimo disse...

Transmites uma energia estontiante, aquando bates nas putas das peles (imagina estar ali a cabeça do socrates quando as baquetes lhes batem). Só eu sei como fico com os ouvidos quando acabamos cada ensaio, mas é um zumbido muito saudavel, muito mesmo, porque acima de tudo é disto que o rock quer. E se os dias fossem maiores...

Anónimo disse...

agora com equalizadores e tudo,,, fujam da frente, que ele anda aí...

Anónimo disse...

Continua assim...gosto muito de te ouvir!