quarta-feira, outubro 24, 2007

NÃO LIGO MUITO A ISSO...

Kermit disse...

COMENTÁRIO poderoso e polémico. De uma pessoa que nos conhece. Bem? Mal? Não sei. Uns melhor do que outros, certamente. Opinião válida? Também certamente. E felizmente.

É o chamado brainstorming.

Ainda bem que o fizeram. Por esta e por outras razões penso que vos faz muita falta este tipo de reuniões.

Concordo. Apesar de não ter sido um brainstorming. Foi um dia de trabalho. Um dia de banda. Algo que raramente fazemos pois somos demasiado desorganizados. Talvez por isso tenha sabido tão bem.

É importante que todos percebam que todos possuem algo de diferente e especial para dar à banda. Uns a nível executivo, outros a nível de criação.

E não saberemos? Altos e baixos...? Sim. Incompreensão total? Tenho dúvidas. Choques de personalidades? Certamente.

Sinto, por vezes, alguma falta de compreensão para entre uns e outros. Falta de compreensão e de tolerância essa que cria situações e ambientes difíceis no seio do grupo.

Posso ser sincero? Caguei. No dia em que me sentir mal, vou-me embora. Não devo nada a ninguém e ninguém me deve nada a mim. Quantos aos ambientes difíceis, eles só existem nos dias em que alguém assume alguma coisa. Já tive os meus "stresses" e as minhas angústias. Os que valeram a pena fizeram-me falar. Outros, passageiros, nem por isso. Quem não fala de frente não merece resposta.

A tentativa de desequilíbrio das situações, a natureza desfragmentadora – quiçá inconsciente e mais forte que as suas vontades – de alguns elementos da banda leva, por vezes, a situações de ruptura em alguns aspectos. Isto tem que ser evitado. Ninguém é melhor que o outro. Todos fazem falta, cada um a seu jeito, cada um com as suas virtudes e características próprias.

Dizes algumas coisas verdadeiras, Kermit. E só está quem quer. Para estar nos KD é preciso aceitar as regras do jogo. Mas não concordo com tudo. Nada tem de ser evitado. Nada. Os Karpe, como a vida, seguem o seu rumo. Com estes ou outros elementos. A imutabilidade parece-me aplicada apenas ao Paulo Inácio. Ele é, para mim, o pai da banda e aquele que não faz sentido perder neste projecto. No dia em que não aceitar, de todo, as suas fraquezas como vocalista tenho bom remédio: ir rebentar peles de bombo para outras paragens. Quanto aos outros - a quem a amizade me une de forma tão ou mais forte como une ao Paulo - penso que todos são passageiros. Comigo no topo da lista. Os Karpe Diem existiram muitos anos sem mim e podem continuar a existir. E apesar da qualidade inerente a todos os outros, se alguém quiser abandonar o barco... porque não podem os quatro continuar? Basta quererem. Por isso, Kermit, repito, nada tem de ser evitado. A vida é para ser vivida. Concordo é que há um espírito que não deve ser perdido. Principalmente se ele for genuíno. Para mim, é. Por isso cá estou.

Os KD não são a soma de 5 elementos, são UNO, são uma só “pessoa”. Não funcionam se andarem sempre a minarem-se uns aos outros. Sem cair num paternalismo patético, devo dizer que gostava de ver os KD de mãos dadas sempre, aceitando o outro como gostariam que o outro também os aceitasse a vós. Naturalmente que isto leva a um exame de consciência de cada um.

Discordo. Não são uno. São mesmo a soma de cinco elementos, seja o resultado dessa equação aquele que for. Mãos dadas? Não. Tenho pouco jeito para hippie. Paz e amor não é o meu lema. Prefiro sexo, drogas e rock n' roll, se bem que aposto mais na Sagres do que no "baseado". E acho que a criatividade não nasce de uma amizade pura. Pode incluí-la mas não é determinante. Um caso simples: os Cult, onde o Billy Duffy e o Ian Astbury muitas vezes mal se podem ver. Isso não os impede de fazer música imprescindível, como tantos outros. Podemos estar menos juntos ou perder o ambiente familiar, mas a amizade não é o que fará produzirmos boa música. O que poderemos perder é outros belos momentos, semelhantes aos que já passámos juntos. Mas isso, cara Kermit, não é mais do que a vida. Em que temos de saber assumir as responsabilidades pelos nossos actos.
Já quanto ao minar, a mais delicada das questões que levantas, quero acreditar que isso não será feito conscientemente. São antes reflexões que todos temos sobre aquilo que os outros produzem. Somos sempre melhores a analisar os erros dos outros do que os nossos. É a natureza humana. E espero que seja mesmo só isso.

Esta é a minha visão de fora.“Dos outros se conhece, com os outros se enriquece”.

Gostei de te responder. A tua frontalidade pode ser desarmante. Mas não hoje. Um belo comentário, indeed.

Quanto ao álbum, já estou como o outro: “, , …. Pois pois….” Estou farta. Francamente farta de ouvir falar disso. E, já agora, aconselho-vos a não colocarem nem mais um texto no vosso site sobre este assunto enquanto a edição não estiver pronta, encapada e dentro de caixotes para seguir para as lojas. De qualquer forma deixo aqui o meu desejo de ver os KD rapidamente com um trabalho consensualmente pronto e a caminho das lojas.

Não percebo o porquê. Farta? Existe apenas sinceridade no que dizemos. E assumimos os nossos erros, apesar de deixarmos passar outros filhos de pais incógnitos. E espero que o teu conselho não seja seguido. Acho que aqueles que nos acompanham merecem saber o que nos vai na alma. Se bem que não de todos, porque habitualmente até sou eu que faço os textos e escrevo mais ou menos o que me apetece. Mas não deixam de ser mensagens da banda, hehehe...
Para além disso, o disco foi feito com o nosso esforço, suor e dinheiro, para além de ajudas fantásticas que recebemos e são apenas essas pessoas que eu penso que defraudámos. Quanto aos outros (vai cheirar mal outra vez), lamento, mas estou-me cagando. Não faço música para aqueles que nos seguem ou que gostam de nós. Faço música para mim. Hoje gostam, amanhã não. Não querem saber como vai o disco? Fácil, não leiam as notícias do site. Como diz o grande líder, não devemos nada a ninguém.
E faço do teu o meu desejo. Que o disco veja rapidamente a luz. Se não vir, que pelo menos os KD se divirtam muito a fazê-lo. É para isso que lá ando. São apenas essas as minhas aspirações. Como diz o Jagunço, não somos os UHF, os MISSION ou os CULT. Somos quem somos.

Peço desculpa por qualquer coisa nestes desabafos. Não quero ferir susceptibilidades, apenas empenho-me pelo vosso melhor.

Não peças. Foi útil. Pelo menos para mim.

Um abraço,

Um beijo,

Kermit

Eskimo

3 comentários:

Anónimo disse...

Somos KARPE DIEM...

PInacio disse...

Larga a Bola.Sobe ao cimo da montanha e luta!

Saudações Kafquianas

Kermit disse...

1) Eskimo: quero dizer-te que tenho muita consideração por aquilo que escreves. Hoje e desde que te conheço;

2) Depois de te ler, depois de reler o que escrevi ontem no comentário, forcei-me a uma reflexão sobre mim e sobre o que me leva a escrever isto e aquilo. Nada que não faça com alguma frequência.

A primeira coisa é que aquilo que digo ou escrevo é sempre sincero e vem-me da alma ou daquilo que sinto em relação ao assunto naquele momento. Chamem-me impulsiva, chamem-me a porra que quiserem (como já tenho ouvido), mas se é para escrever hipocrisias ou limitar-me ao socialmente correcto, prefiro abster-me. Daí que note muitas vezes que o que escrevo em determinada altura, deixe de se adequar ao que sinto num momento posterior.

Neste momento dou por mim a atravessar uma fase um tanto negra ou cinzenta da minha vida, por nenhuma razão em especial, apenas uma fase. Nesta fase ando sem paciência para fazer fretes, ando menos contida, um pouco mais agressiva e, o principal: desiludida com muitas pessoas.

3) No comentário de ontem, “sem querer cair num paternalismo patético”, acabei mesmo por cair num paternalismo patético (mais patético e ridículo que outra coisa). :P Claro que é absurdo querer ver-vos de mãos dadas. É ridículo. Não há banda nenhuma que não ande sempre às turras pelas razões mais diversas. É da divergência que vem a criação. Caga lá no peace & love, não faz sentido.

4) Não são UNO, não senhor. Tal como um homem e uma mulher quando se casam não passam a ser UNO (em alguns casos, passam. Mas isso não é exemplo para mim e nem deveria ser para ninguém), continuam a ser duas pessoas diferentes. Por isso, tens razão, os KD são 5.

5) Agora o assunto que mais faço questão de esclarecer:

Quando digo que estou farta de ouvir falar no álbum (se estivesse agora a falar contigo cara-a-cara provavelmente teria colocado um adjectivo atrás de álbum), é porque já oiço falar desse assunto há demasiado tempo e, neste momento, sinto-me enganada. Como admiradora e fã vossa, sinto-me enganada. Não quero saber de quem ou do quê é que é a culpa, não me interessa nada. Neste momento falo apenas como uma fã dos KD.

Esta situação faz-me lembrar uma história que contavam quando era pequena:
“O menino Joãosinho andava sempre a gritar “FOGO! FOGO!”. A população toda da terra ficava alarmada, iam todos correr ver o que se passava, com baldes de água, os bombeiros, etc. Chegavam lá e era tudo mentira. Tanto fez isso que a população deixou de ir quando o Joãosinho se metia com essa história. Um dia, a casa do Joãosinho pegou fogo e o Joãosinho apavorado gritou: “FOGO! FOGO!”. Ninguém apareceu. Já ninguém acreditava no Joãosinho. Joãosinho ficou queimado e sem casa.”

Com os KD é a mesma coisa. Tanto alarmam a “população” com o novo álbum – que nunca viu a luz do dia – que quando o álbum realmente sair já ninguém quer saber. Estou a exagerar, é claro. Mas quando digo: “aconselho-vos a não colocarem nem mais um texto no vosso site sobre este assunto enquanto a edição não estiver pronta, encapada e dentro de caixotes para seguir para as lojas”, é neste sentido. Já escreveram tanto sobre isso, que agora, por consideração àqueles que ainda esperam um álbum editado dos KD, não escrevam de novo sobre isso sem ter o álbum pronto.

Dizes tu que:
“Quanto aos outros (vai cheirar mal outra vez), lamento, mas estou-me cagando. Não faço música para aqueles que nos seguem ou que gostam de nós. Faço música para mim. Hoje gostam, amanhã não. Não querem saber como vai o disco? Fácil, não leiam as notícias do site. Como diz o grande líder, não devemos nada a ninguém.”

Das duas, uma: Ou não entendeste aquilo a que me refiro em relação ao estar farta de ouvir falar do álbum, ou então com esse desprezo todo pelos fãs e admiradores de KD, nem vejo o motivo para editarem um álbum.
“Não leiam as notícias no site” ???? Francamente! Mas se os KD se estão a cagar para os fãs, para quê um site? Para quê um álbum? É para se masturbarem? Não faz sentido! Esse parágrafo ofende-me. E creio não ser a única pessoa a sentir isso.

Um beijo,
Kermie