segunda-feira, dezembro 12, 2005

Viver é um prazer

Gosto da vida que tenho. Gosto muito. Acho que posso dizer que sou feliz. Infelizmente penso que são poucos os portugueses que o dizem de forma sentida. Acredito que o posso fazer sem grandes constrangimentos. E devo-o muito à Sara.
Mas devo confessar que uma das coisas que hoje me dá mais prazer é tocar. Integro uma banda fantástica, de gente porreira, descontraída, onde a amizade é mais importante do que o talento. E isso tem a sua piada. Muita mesmo.
Esta semana demos mais um concerto. Foi mais uma festa. E vem aí o jantar de Natal. Provavelmente tão especial como os concertos. O do Hard-Club, com os Mission, ficará na memória para sempre. Eles são todos especiais, mas uns mais do que outros. Este muito especial para mim, confesso.
A tocar vivi momentos lindos há alguns anos. Fiz na banda o meu melhor amigo. O homem que me deu o ombro para chorar quando o meu avô morreu. O mesmo homem que me agarrou à porta do hospital quando pensei que ia perder o meu pai. Hoje, bem casado e com dois filhos lindões, já não sinto as coisas da mesma maneira. Ou pelo menos era isso que eu pensava quando aceitei tocar com mais uma banda para matar o vício da bateria. Agora o bichinho entrou outra vez. Não o da fama e do sucesso, do sexo, drogas e rock n' roll que nos tolda os pensamentos quando somos mais putos e cheios de sangue na guelra. Mas o da amizade. Do suor. Do rock. Do prazer de ouvir o baixo no sítio certo (como ele fez falta no Culto...) e sentir o prazer de todos os males. Que todos os males fossem esses.
Ainda gostava de tocar numa banda com um cheirinho a gótico maior. Ainda gostava de ter uma gaja nas segundas vozes. Ainda gostava de ter mais tempo. Mas acima de tudo gostava era que todos eles fossem felizes.
Karpe Diem... para todos.

1 comentário:

PInacio disse...

Gordão,sim, sei que sou dos poucos que assim te posso chamar e começo por te dizer que és daquelas pessoas que entrou para ficar na minha vida e acredita que não são assim tantos como isso (apenas os suficientes)... desculpa mas neste momento tenho não me sai da cabeça o episódio do ombro para chorar e como tal...