quinta-feira, dezembro 15, 2005

Mais qualquer coisa...

Temos uma música em que o Paulo canta sem parar: Este é, este é o caminho. Será? Suspeito que nem ele sabe qual é... Mais a sério. Será este o caminho? Vi há pouco tempo um filme fantástico, «O fiel jardineiro», e após inputs daqueles somos obrigados a despertar e pensar se este será o caminho. Ou melhor, que raio de caminho é este?
Não escrevo isto de forma lamechas ou apenas por ter pena de países mais desfavorecidos. Tem a ver com a falta de noção que temos em relação às embrulhadas em que estamos metidos devido aos actos criminosos de algumas multinacionais, à falta de respeito pela condição humana que se continua a verificar em todo o mundo. Mais triste ainda, como assistimos a tudo de forma calada e obediente, sem questionarmos, sem nos preocuparmos, sem levarmos a sério os actos bárbaros e os crimes que são cometidos contra a humanidade um pouco por todo o lado por apenas mais um punhado de dólares.
É por coisas destas que a luta anti-globalização faz sentido. Como outras. Mas não atirando pedras e deixando de tomar banho para se ser diferente. Mas sim como fazem Noah Chomsky e John Pilger, entre outros, mantendo uma independência fantástica e que nos abre os olhos, a nós, carneiros, a ver se nos tornamos, pelo menos, bodes dignos de respeito. Aliás, a quem não conhece, recomendo vivamente a obra destes dois. São um bom princípio para se sentirem enojados com o papel de "coisas" como a administração dos Estados Unidos, ou as marcas de roupa que todos se pelam para vestir. É bom saber como eles tratam as pessoas na China, em Singapura, como os EUA condenaram à morte as crianças do Iraque... sei lá, é bom para saberem qualquer coisa. Leiam.
Sei que a minha maior preocupação é o futuro da Sara, do Tomás e do Vicente. Sei que me preocupa a saúde do meu pai, a dependência que a minha mãe tem dele e o que acontecerá se ele desaparece antes de tempo – e seja quando for, para mim ele desaparecerá sempre antes de tempo. Sei que me preocupa a vida do meu mano mais novo, já encaminhado, mas ainda a dar os primeiros passos na vida profissional. Mas tenho vergonha pela preocupação ficar por aqui. Porque sei que este não é o caminho. E não faço nada para alterá-lo. É mais fácil refugiar-me no lar doce lar, onde o sorriso das crianças me faz esquecer tudo o resto. É mais fácil refugiar-me nas noites do Culto, nas noites de copos com os amigos, nos magníficos ensaios com os KD. É mais fácil. Mas há dias em que penso que isto assim é uma merda.

2 comentários:

PInacio disse...

"... Este é o caminho..." se é ou não ainda não sei, mas se reparares em determinada altura da letra digo, -... perfiro ficar aqui contigo esta é a vontade que eu sinto..." porque a sensação de impotencia é cada vez maior e já não tenho paciencia para os liricos com a visão toldada pelas substancias mais ou menos legais que ingerem e consomem diariamente.
"...homens amordaçados, a gritar..."
Saudações musicais

Meideprak disse...

O caminho é aquele para o qual nos viramos, se há forças ou não para mudar o rumo é outra história!
Se te parece bem a ti, aos mais chegados parece bem também.

Keep cool