quinta-feira, dezembro 18, 2008
NATAL
Abri este texto para escrever que ia passar o primeiro Natal sem os meus pais e o meu irmão. Era mentira. Apaguei.
Já passei um Natal longe do meu pai e da minha mãe. Na altura o meu irmão ainda não tinha nascido. Tudo porque o meu pai estava às portas da morte e quiseram poupar-me. Não foi tão mau como podia ter sido. Apenas o sofrimento para ele. Que foi muito mas sobreviveu. Nós continuámos a poder desfrutar do verdadeiro prazer que é estar com ele. É um homem diferente. Um homem bom. Um bom pai. Excelente mesmo. Sei que nunca lhe chegarei aos calcanhares e tenho pena. Não é por falta de modelo. Acho é que eles já não se fazem assim. É pelo menos uma boa desculpa, a que utilizo para justificar a minha incapacidade para lá chegar.
Esse Natal foi diferente. Um Natal passado com amigos. Ou com a outra família que também tive. Outros avós. E uma amiga que foi mais do que tudo isso. A Natércia hoje para mim ainda vive. Foi muito importante na minha infância e adolescência. Foi muito importante para a minha família. Foi com ela que passei o único Natal longe dos meus. Ou com os outros a quem tive a sorte de poder chamar meus.
Este ano vai ser diferente. Muito diferente. Os meus pais estão longe. Mas merecem. Principalmente a minha mãe. E fico feliz por eles. Onde estão estão bem. Custa-me não ter aqui o Blood Brother. Por tudo e mais alguma coisa. Porque o amo principalmente. Porque me faz falta também. Porque é nestes momentos que mais gosto de partilhar copos, confissões e experiências com um irmão que está mais longe do que mais perto e de quem tanto gosto. Custa-me mas a vida é assim e fico contente porque ele está bem. Apenas triste porque não está... aqui.
Sim, vai ser um Natal diferente. Não me queixo. Não me posso queixar. Mas vou sentir a vossa falta. Para sempre.
Já passei um Natal longe do meu pai e da minha mãe. Na altura o meu irmão ainda não tinha nascido. Tudo porque o meu pai estava às portas da morte e quiseram poupar-me. Não foi tão mau como podia ter sido. Apenas o sofrimento para ele. Que foi muito mas sobreviveu. Nós continuámos a poder desfrutar do verdadeiro prazer que é estar com ele. É um homem diferente. Um homem bom. Um bom pai. Excelente mesmo. Sei que nunca lhe chegarei aos calcanhares e tenho pena. Não é por falta de modelo. Acho é que eles já não se fazem assim. É pelo menos uma boa desculpa, a que utilizo para justificar a minha incapacidade para lá chegar.
Esse Natal foi diferente. Um Natal passado com amigos. Ou com a outra família que também tive. Outros avós. E uma amiga que foi mais do que tudo isso. A Natércia hoje para mim ainda vive. Foi muito importante na minha infância e adolescência. Foi muito importante para a minha família. Foi com ela que passei o único Natal longe dos meus. Ou com os outros a quem tive a sorte de poder chamar meus.
Este ano vai ser diferente. Muito diferente. Os meus pais estão longe. Mas merecem. Principalmente a minha mãe. E fico feliz por eles. Onde estão estão bem. Custa-me não ter aqui o Blood Brother. Por tudo e mais alguma coisa. Porque o amo principalmente. Porque me faz falta também. Porque é nestes momentos que mais gosto de partilhar copos, confissões e experiências com um irmão que está mais longe do que mais perto e de quem tanto gosto. Custa-me mas a vida é assim e fico contente porque ele está bem. Apenas triste porque não está... aqui.
Sim, vai ser um Natal diferente. Não me queixo. Não me posso queixar. Mas vou sentir a vossa falta. Para sempre.
RECOMENDO
UMA banda portuguesa que continua a fazer rock na estrada. Sem grandes apoios, sem o carinho do público das grandes cidades, mas que está ainda no coração de muitos portugueses. E que sobe ao palco sempre com vontade de fazer o melhor. Provavelmente podiam hoje ser muito maiores do que são. Mas António Manuel Ribeiro seguiu sempre o seu caminho. Aquele que ele próprio escolheu. E isso faz com que ande sempre de cabeça erguida. Não vou poder ir porque estou a trabalhar, mas não deixo de desejar: Partam uma perna!
sexta-feira, dezembro 12, 2008
UMA HISTÓRIA TRISTE
Saiu de casa. Sentia-se traído. Tinha dedicado mais de metade da sua vida aquela quinta. Ali tinham nascido os miúdos. Lembrava-se ainda com exactidão, como se fosse ontem, do local onde o último sopro de vida percorrera o corpo de Madalena. Sim, ali havia também perdido a mulher. O princípio do fim. Nesses dias tinha compreendido que nunca poderia aspirar a uma vida melhor. Não. Não sem ela.
Na região diziam que ele tinha azar. Não era só. Acreditava que era algo pior. Uma sina de que não conseguia livrar-se. Tinha um defeito qualquer. Atraía o azar e tudo o que era ruim. Hoje, sem filhos, sem mulher, sem casa para viver, sobrava-lhe apenas aquela arma na mão. E não tencionava largá-la com vida. A factura tinha de ser paga. Por ele e mais ninguém.
Incrível como só tinha chegado a essa conclusão quando o banco lhe retirou a quinta. Não quando Madalena sucumbiu perante o excesso de trabalho a que tudo aquilo obrigava. Não quando os copos a mais o fizeram perder os miúdos. O acidente que toda a gente comentava quando passava e de que ele sabia ser o único responsável. Até com essa vergonha aprendera a viver. Mas agora não. Perder a quinta que tinha passado de pai para filho ao longo de tantas gerações era mais do que podia suportar. Queria tentar acreditar que não se trava de materialismo. De apego aos cacos que eram seus. Que era o amor que sentia por um local. O mesmo amor que não nunca tinha conseguido demonstrar à companheira. Ou ao sangue do seu sangue. Mas já não sabia. Já não sabia nada.
Manuel tinha nojo do que sentia. Vergonha de só agora pensar em acabar com vida. Se é que se podia chamar vida ao que fazia nos dias de hoje. Asco ao respeito que a sociedade local ainda lhe tinha. Ou que pelo menos manifestava quando passava. Seria possível não perceberem como era fraco? Como tinha traído tudo aquilo que devia ter defendido com a própria vida. Em vez disso, deixara cair Madalena, praticamente assassinara os filhos e agora desrespeitava o suor de todos os que tinham lutado por aquele local. Não, não ia perder mais nada. E assim perdeu tudo. Ali. No mesmo sítio onde a perdera.
Na região diziam que ele tinha azar. Não era só. Acreditava que era algo pior. Uma sina de que não conseguia livrar-se. Tinha um defeito qualquer. Atraía o azar e tudo o que era ruim. Hoje, sem filhos, sem mulher, sem casa para viver, sobrava-lhe apenas aquela arma na mão. E não tencionava largá-la com vida. A factura tinha de ser paga. Por ele e mais ninguém.
Incrível como só tinha chegado a essa conclusão quando o banco lhe retirou a quinta. Não quando Madalena sucumbiu perante o excesso de trabalho a que tudo aquilo obrigava. Não quando os copos a mais o fizeram perder os miúdos. O acidente que toda a gente comentava quando passava e de que ele sabia ser o único responsável. Até com essa vergonha aprendera a viver. Mas agora não. Perder a quinta que tinha passado de pai para filho ao longo de tantas gerações era mais do que podia suportar. Queria tentar acreditar que não se trava de materialismo. De apego aos cacos que eram seus. Que era o amor que sentia por um local. O mesmo amor que não nunca tinha conseguido demonstrar à companheira. Ou ao sangue do seu sangue. Mas já não sabia. Já não sabia nada.
Manuel tinha nojo do que sentia. Vergonha de só agora pensar em acabar com vida. Se é que se podia chamar vida ao que fazia nos dias de hoje. Asco ao respeito que a sociedade local ainda lhe tinha. Ou que pelo menos manifestava quando passava. Seria possível não perceberem como era fraco? Como tinha traído tudo aquilo que devia ter defendido com a própria vida. Em vez disso, deixara cair Madalena, praticamente assassinara os filhos e agora desrespeitava o suor de todos os que tinham lutado por aquele local. Não, não ia perder mais nada. E assim perdeu tudo. Ali. No mesmo sítio onde a perdera.
quinta-feira, dezembro 11, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
MUITO BOM
Slimmy - You Should Never Leave Me Before I Die.
De original Slimmy não tem nada. É um facto. Mas porque deveríamos exigir-lhe isso? O tema é brutal. Tal como a imagem e a produção. Os meus parabéns. Sinceros. Isto é um trabalho a sério. Podia ser Killers ou qualquer outra banda do momento. É o melhor elogio que me ocorre.
Dá para cantarolar, dançar ou curtir. Gosto MESMO.
segunda-feira, dezembro 08, 2008
A VIDA DELA DAVA UM FILME
Ela sonhava voltar a tê-lo. Tinha-lhe fugido demasiadas vezes. Umas vezes para amigas, outras para inimigas e poucas para a cama dela, onde gostava de o mimar. Conversava com ele com o mesmo prazer que lhe lambia o sexo. Era algo que gostava mesmo de fazer. Não ao princípio. Sentia-se desajeitada e tinha medo de não lhe dar prazer. Falo de lhe lamber o sexo, claro, porque a conversa era mais ouvir do que falar. Gostava mesmo de o ouvir. As aventuras, as dúvidas e os receios. As novas tendências, que tanto perseguia e que mais tempo o roubavam do seu leito. Para onde ela o puxava sempre que podia. Antes.
A separação tinha sido de mútuo acordo. Afinal, há momentos em que é preciso ficar só. Não por causa das infidelidades, crueldades, esquecimentos ou loucuras. Apenas porque há momentos em que tem de ser mesmo assim. Em que a vida obriga a decisões. Que são difíceis, dizem, mas apenas para quem as toma, não para os que estão de fora e gostam de opinar sobre isto e aquilo e raramente sabem o que dizem.
A verdade é que sentia saudades dele. Nunca soube explicar porquê. Ou melhor, o porquê de gostar tanto daquele abraço forte, do cheiro do final do dia, das piadas parvas mas que a faziam rir. Dos ciúmes que sentia por saber que ele não era só dela. Nem hoje nem nunca, pensava. Por vezes ele dizia que sim, trazendo-lhe uma esperança que se desvanecia com o passar dos anos e os nomes que ela sabia lhe haviam passado pelo corpo. Havia uma coisa boa, ele não o escondia. E outra má, ele nunca o escondia.
Ela decidiu fazer o mesmo. Afinal, se ele podia porque não ela. E fez. Mais do que uma vez. E outra. E com aquele também. Infelizmente, no final de tudo aquilo sentia vontade de regressar ao velho conhecido, que de velho tinha pouco e que ela sentia necessidade de voltar a comer. Como comera no passado e tão bem lhe soubera. Difícil de encontrar era a forma de lá chegar. De reequacionar tudo o que tinha mandado às ortigas, os anos que perdera e que agora desejava voltar a agarrar. Estavam afastados há demasiado tempo. E havia a tal pedra no sapato que ele, curiosamente, ultrapassara melhor do que ela. E isso irritava-a, para além de a intrigar e de a fazer sentir mal. Como podia ser assim? Seria ele insensível ou apenas um cabrão? Podia até ser, mas era um cabrão que lhe dava tesão. E isso ela nunca soube mudar.
A separação tinha sido de mútuo acordo. Afinal, há momentos em que é preciso ficar só. Não por causa das infidelidades, crueldades, esquecimentos ou loucuras. Apenas porque há momentos em que tem de ser mesmo assim. Em que a vida obriga a decisões. Que são difíceis, dizem, mas apenas para quem as toma, não para os que estão de fora e gostam de opinar sobre isto e aquilo e raramente sabem o que dizem.
A verdade é que sentia saudades dele. Nunca soube explicar porquê. Ou melhor, o porquê de gostar tanto daquele abraço forte, do cheiro do final do dia, das piadas parvas mas que a faziam rir. Dos ciúmes que sentia por saber que ele não era só dela. Nem hoje nem nunca, pensava. Por vezes ele dizia que sim, trazendo-lhe uma esperança que se desvanecia com o passar dos anos e os nomes que ela sabia lhe haviam passado pelo corpo. Havia uma coisa boa, ele não o escondia. E outra má, ele nunca o escondia.
Ela decidiu fazer o mesmo. Afinal, se ele podia porque não ela. E fez. Mais do que uma vez. E outra. E com aquele também. Infelizmente, no final de tudo aquilo sentia vontade de regressar ao velho conhecido, que de velho tinha pouco e que ela sentia necessidade de voltar a comer. Como comera no passado e tão bem lhe soubera. Difícil de encontrar era a forma de lá chegar. De reequacionar tudo o que tinha mandado às ortigas, os anos que perdera e que agora desejava voltar a agarrar. Estavam afastados há demasiado tempo. E havia a tal pedra no sapato que ele, curiosamente, ultrapassara melhor do que ela. E isso irritava-a, para além de a intrigar e de a fazer sentir mal. Como podia ser assim? Seria ele insensível ou apenas um cabrão? Podia até ser, mas era um cabrão que lhe dava tesão. E isso ela nunca soube mudar.
PARA A SARA
Fnac Chiado - Wayne Hussey. Sou eu que peço esta música na FNAC. Para ligar à Sara e ela ouvir pelo telemóvel. O homem é um baril.
MOMENTOS DA VIDA
The Mission rare live DVD footage - Tenho saudades deles. Muitas mesmo. Demasiadas.
PS - Vejam. É uma banda em grande forma.
A passagem ao minuto 06.25 tem alguma piada...
terça-feira, dezembro 02, 2008
A OUVIR
No próximo dia 2 de Dezembro, os Cinemuerte presenteiam-nos com o seu mais recente trabalho intitulado AURORA CORE, sucessor de “Born From Ashes” (2006) e segundo longa duração.
A mistura e masterização do disco são do lendário produtor Waldemar Sorychta (Lacuna Coil, The Gathering, Moonspell, Tiamat, Samael).
AURORA CORE reúne nove temas incluindo o primeiro single 'AIR’, e 'The Night of Everyday’ cuja letra é assinada por Fernando Ribeiro (Moonspell).
Nele, participam músicos e amigos, convidados especiais: todas as faixas foram gravadas por Pedro Cardoso na bateria (FEVER) e Ricardo Amorim na guitarra (Moonspell).
Formados em 2002, os Cinemuerte são Sophia Vieira e João Vaz. Participaram em três tributos: The Cure (Our Voices/Equinoxe Records), The Misfits (Portuguese Nightmare/Raging Planet) e Mão Morta (E se depois/Raging Planet).
Pisaram os principais palcos da cena musical, nomeadamente o Coliseu dos Recreios (Opening acts para HIM, My Chemical Romance), e integraram os principais festivais de verão (Vilar de Mouros, Super Bock Super Rock).A Sophia pertence igualmente ao coro feminino as Crystal Mountain Singers, com o qual gravou este ano vozes para o novo álbum de Moonspell, “Night Eternal” (SPV/Universal). Como convidada da banda, acompanha a mesma em actuações ao vivo.
A mistura e masterização do disco são do lendário produtor Waldemar Sorychta (Lacuna Coil, The Gathering, Moonspell, Tiamat, Samael).
AURORA CORE reúne nove temas incluindo o primeiro single 'AIR’, e 'The Night of Everyday’ cuja letra é assinada por Fernando Ribeiro (Moonspell).
Nele, participam músicos e amigos, convidados especiais: todas as faixas foram gravadas por Pedro Cardoso na bateria (FEVER) e Ricardo Amorim na guitarra (Moonspell).
Formados em 2002, os Cinemuerte são Sophia Vieira e João Vaz. Participaram em três tributos: The Cure (Our Voices/Equinoxe Records), The Misfits (Portuguese Nightmare/Raging Planet) e Mão Morta (E se depois/Raging Planet).
Pisaram os principais palcos da cena musical, nomeadamente o Coliseu dos Recreios (Opening acts para HIM, My Chemical Romance), e integraram os principais festivais de verão (Vilar de Mouros, Super Bock Super Rock).A Sophia pertence igualmente ao coro feminino as Crystal Mountain Singers, com o qual gravou este ano vozes para o novo álbum de Moonspell, “Night Eternal” (SPV/Universal). Como convidada da banda, acompanha a mesma em actuações ao vivo.
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