segunda-feira, abril 30, 2007

ALTAMENTE RECOMENDÁVEL


AO contrário do single, Keep it in the family, o novo álbum dos The Mission, God is a Bullet, merece ser ouvido. E muito. Confesso que não faço outra coisa desde que lhe pus as mão em cima. É uma pequena delícia.

Destaco "Still Deep Waters", um grande tema logo a abrir; "Belladonna", um bom tema rock escrito pelo Mark Twaithe, com belas guitarras e bom refrão. Já "Chinese Burn" traz-nos os Mission no seu melhor, tal como "Hdshrinkerea". Estão lá as guitarras, a voz do Wayne, os refrões contundentes e a bateria marcante. Sente-se o vibrar do coração. É Mission. Quem os conhece e gosta sabe do que estou a falar.

Num registo totalmente diferente, "Father", uma canção de que já falei em post anterior. A minha preferida. Talvez a melhor do álbum. Dificilmente o fã dos Mission habitual terá esta opinião, mas como dizia o outro, há ali um pouco de Jhonny Cash e Iggy Pop cheio de calmantes. Love it!

Voltando aos temas que os que já são fãs de Mission vão adorar, recomendo vivamente "Running with Scissors" e "In Silhouette". Desde o balanço do baixo (o primeiro, curiosamente, muito Craig Adams...) às acústicas à la Carved in Sand, passando pelos refrões poderosos e orelhudos... Uff... Com o volume no máximo, são músicas para saltar, gritar, espernear. O princípio da segunda tem até direito a um Shhhaaaaa, muito, muito típico. Curiosamente, "In Silhouette" faz-me lembrar Siouxsie & the Banshees ou Echo & the Bunnymen no seu melhor. Gosto muito desta. Muito, muito 80's. A prova de que estou velho. Mas sabe tão bem.

Um dos melhores breaks de bateria e riffs de guitarra do álbum (e eles são muitos) abre "Dumb". O Wayne diz que esta é inspirada em Carly Simon. Pode ser, mas... É claramente uma música onde a mensagem é mais importante do que a melodia. Não por ser horrível, mas ouçam a letra e vão perceber o que estou a dizer. Infelizmente, o Wayne não diz sobre quem é. Gosto bastante. Atenção ao baixo. Presente sem ser dominante, insinuante sem ser demasiado atrevido. Não é Classical Mission, mas... gosto. Muito.

A faixa 14... "Absolution". Bem, o que dizer? É por temas como este que os Mission são a minha banda preferida. Esta lá tudo. O power. A bateria. As guitarras. Um baixo brutal. E a melodia de voz inconfundível. Pode ser até igual a muitas outras. Provavelmente não é a melhor música do álbum. E não é mesmo. Mas eu tenho uma forma muito própria de perceber quais são as músicas que mais gosto. São as que me arrepiam. E com esta isso acontece sempre que a ouço. É o melhor de uma noite de sexo com aquela gaja que há tanto tempo queres comer. "Reach out, touch me, and give me Absolution; reach out and touch me with your love". Sabem o que é um orgasmo? Pois, é isso...

A finalizar o álbum, "Grotesque". Um tema enigmático, com uma letra inquietante e uma belíssima performance do Simon Hinkler, o guitarrista original dos Mission (Moás, ouve bem o solo... é de morrer e chorar por mais). Canção difícil de catalogar. Muito dark, talvez a mais goth, talvez a mais genuinamente triste. Como se se tratasse do fim dos Mission. O que até deve ser verdade.

"To love & to kiill with the very same hand", "Aquarius & Gemini" e "Blush" são temas que não consegui ainda catalogar. Certamente dos que não ficarão para a história. Agradáveis. Com momentos especiais. Mas poppy e sem grande significado futuro, penso. Mas não arrisco prognósticos. Este trabalho é daqueles que cresce conforme vamos ouvindo. Digam vocês...

Para terminar esta já longa seca (peço desculpa, mas são os Mission...) de referir que participam neste disco, para além de Simon Hinkler, também Julianne Regan, vocalista dos All About Eve e Tim Bricheno, guitarrista original dos All About Eve e ex-membro dos Sisters of Mercy.

PS - De fora deixei "Draped in Red". Uma música muito pessoal do Wayne para o seu clube de sempre: O Liverpool. Que elogio posso fazer? Gostava que o Sporting tivesse uma música assim. Que não soasse a hino balofo de clube. Esta não soa.


PS1 - Esta formação vale. Mas vale mesmo. A bateria é brutal. O baixo está lá (vais ver Fino...)e as guitarras, bem... essas... gostava apenas que dois guitarristas que eu conheço vissem como se pode conviver num projecto sem fazer tanto ruído. E são os dois muito bons...

7 comentários:

james disse...

soberbo! estou ansioso para ouvir o disco. mas estou ainda mais para ouvir as musicas ao vivo.até porque pode ser mt bem a ultima vez q os vejo em palco...ou não...long live the mission.

VladDark disse...

Não concordo que Keep it in the family não mereça ser ouvido. Além disso, é pelo menos melhor do que qualquer um dos 3 últimos singles.

Eskimo disse...

São opiniões, caro Ricardo. E de facto, talvez esse seja um julgamento demasiado forte. Mas acho que não reflecte a força do álbum, do qual gosto cada vez mais.

Anónimo disse...

Gosto muito daquela... a: stren of longi sotr.

Jagunço disse...

Keep it in the family não é mau...é péssimo. Pop descartável sem alma...mas não deixa de ser Mission!

Johnny Thursday disse...

JÁ UMA VEZ AQUI TINHA ESTADO E AGORA QUE VINHA AGRADECER OS COMENTÁRIOS SIMPÁTICOS QUE DEIXASTE NO MEU BLOG LEMBREI-ME:
-OLHA, ESTE É O GAJO DOS mISSION!!

AMIGO, EU SOU GRANDE FÃ DA BANDA DO WAINE HUSSEY (NA FOTO) E O CONCERTO DELES FOI DOS MELHORES QUE ALGUMA VEZ VI.
ENCOMENDEI UM CD QUE JÁ TIVE E QUE SE EXTRAVIOU "CARVEDINSAND" ,UMA VEZ QUE É DIFICIL ENCONTRÁ-LO À VENDA.
VOU INAUGURAR UM NOVO BLOG EM BREVE PARA PESSOAS QUE GOSTAM DE BOA MUSICA E CINEMA ENTRE OUTRAS ARTES, TAL COMO EU.
SERÁS CERTAMENTE AVISADO.
ABRAÇO

Eskimo disse...

Obrigado, Kali. O teu blog é, de facto, uma lufada de ar fresco. Ri à gargalhada, algo que gosto muito de fazer. Fico à espera do convite. Um abraço!