CHAMEM-ME conservador, retrógrado ou antiquado. É bem capaz de ser verdade. Mas devo confessar que esta campanha do phone-ix não me entra. Mas não me entra mesmo. Não percebo bem como pode uma empresa de capitais públicos patrocinar assim a opção pela má-educação apenas por motivos económicos e sem qualquer necessidade imperiosa. Não é que vindo de uma empresa privada fosse mais justificado, mas aí já estamos sempre à espera do pior perante a ditadura do lucro fácil. Custa-me que sejamos obrigados a viver perante o facilitismo boçal e que nem sequer demos por isso. A campanha do orgulho hetero da Tagus, por exemplo, caiu tão mal que foi retirada. Mas aí atingiu um grupo, um sector, uma corporação. Houve revolta. Aqui, onde todos deveriam sentir-se pelo menos ligeiramente agoniados, nada. Já comemos tudo e não nos zangamos com nada.
Apelar ao que de mais básico temos em nós é algo que a publicidade já faz desde o tempo em que os animais falavam. Por isso há mulheres nuas a vender sofás ou pneus para carros. Ou gajos lindos nos perfumes. E se for preciso descascar gajas, gajos ou mesmo criancinhas para vender iogurtes, também se faz. Mas isso, por muito que às vezes nos choque perante a gratuitidade da coisa, ainda vá. O apelo aos instintos mais básicos é coisa que funciona. Mas por toda a gente a dizer Fónix... Fónix?
Lamento. Eu não quero o meu puto a usar o Fónix. Não quero mesmo. Amanhã vamos ter a rede de autocarros Montanelas, os táxis Fosga-se, os médicos Dasssse e outra merda qualquer? Peço desculpa. Outra vez. Sim, posso ser conversador e atrasadinho. Mas não gosto. Acho que é o premiar da imbecilidade levado a um expoente máximo que não julgava possível. É a mediocridade instalada em posições de liderança. Se não sabes mais, apela ao que há de pior nos outros para que não existam diferenças.
Sinceramente? Mete-me nojo.
terça-feira, dezembro 04, 2007
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11 comentários:
Tmabém concordo contigo camarada, mas a realidade do avanço das coisas neste momento faz-se a uma velocidade, que eu designo como luz,e não nos podemos esquecer que por detrás desta ideia está muita gente da publicidade, do estudo do mercado e qual o publico alvo.
Não tenho duvidas que se o produto e os preços forem atractivos que vai pegar a nivel nacional, e mais ainda porque os correios ainda são um local onde as pessoas vão, os mais velhos... Logo se o produto for para eles, eles vão comprá-lo.
Quanto à escolha do nome também me parece um pouco arrojada, sem visiblidade futurista e com alguma repugnancia por parte dos mais conservadores. Mas lembra-te que vivemos num mercado altissimo de consumo, e neste mercado as ideias que nos parecem parvas vencem tudo.
O que diria Sócrates ao vêr o seu nome no sócrates!! Até aqui algo me diz que foi "marqueting".Cá para mim um belo FODASSE será sempre melhor que um fonix, é assim a modos que menos abichanado. Mais directo!
Agradeço que não me fodam a cabeça por utilizar o termo abichanado. Não gosto de bichas.
Saudações telegraficas
Nada como as velhinhas Retretes Pinheiro, à medida do seu traseiro, ou os "Ailerons" Matias, que cortam o vento às fatias.
Brincadeiras à parte, não vejo mal nenhum em utilizar-se a "redução" de foda-se para uma marca de telefones. Aliás, vindo do gajo que literalmente fodeu os correios em portugal já nada me espanta.
Depois dos CTT já se pensa em levar Luis Nazaré para a TAP. Parece que Fernando Pinto anda a causar mal estar entre os administradores de empresas publicas. Diz que não nos sabe foder...fónix
Eu também não vejo mal. Não vejo é bem. E acho medíocre. Demasiado medíocre. Demasiado fácil.
Passo a transcrever:
"A campanha de divulgação, que vai hoje para o ar, tem assinatura da McCann Erickson e "dá destaque a um mundo bem disposto e com optimismo no futuro". "A McCann Erickson ganhou a conta por adjudicação directa", disse ao M&P Carla Cruz, directora de marketing dos CTT. E explica porquê: "Fizemos este projecto em três meses, por isso, não havia tempo para estar a fazer concursos. A McCann apresentou-nos uma proposta que resolvia a questão da criação da marca e da criatividade.""
Nem sei o que dizer! Esta ideia de "génio" (canojo!), vem da agência McCann!!! Como é possível?
Isto é estupidificar o consumidor!
Depois disto, pergunto-me porque se anda a estudar nesta área, para aparecem agências internacionais altamente conceituadas como a McCann a criarem conceitos destes! Estou abismada e curiosa para saber o futuro desta marca.
Não será mais estupido a publicidade aos yogurtes e afins a apregoar maravilhas e tais????!!!
Compre agora e pague mais tarde!
O pensinho que a deixa mais feliz e solta!!!
A lista é infidavel, e depois os (Todos) males serão realmente esses????
Saudações publicitárias
Não, não será.
A publicidade tem um fim, nem sempre visível para algumas pessoas. Mas o pensinho que a faz sentir fresca e leve faz muito sentido, bem como muitas outras coisas que se consomem todos os dias e que nem se dá conta porque estamos a consumir ou porque optamos por X ao invés de Y.
Todos os males não serão esses, mas a publicidade está em tudo o que se possa imaginar. Por alguma razão ainda se vota em alguns políticos ao invés de outros para governar este país. Sim, chama-se marketing político. É um exemplo. Mas qualquer mal pode ser discutido à luz da publicidade e do marketing.
Hasta,
Kermit
Sem essa explicação nunca o teria percebido! Tenho mesmo de voltar a estudar, agora ensinam tanta coisa nova.
Tu e eu temos que conversar os dois.
Pode ser que aprendamos mais qualquer coisa um com o outro.
ui... FÓNIX é que é...
O que eu gosto mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo...é de fazer o amor...
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