segunda-feira, outubro 30, 2006

CANSADO... MAS FELIZ!

ROCK. Foi uma semana arrasadora. Estou muito, muito cansado. Mas a sensação mais fortes é de satisfação. Auditiva. Adoro música. Posso até ser louco. Mas foi tão bom ver MUSE a 26, NEW MODEL ARMY a 28 e INKUBUS SUKKUBUS a 29. E passar as noites a conversar com as duas últimas bandas. Gentes de Inglaterra, simpáticas e acessíveis, tão diferentes e tão iguais na sua genialidade artística. Na veia de poetas. Nas arrasadoras prestações em palco.

Os NEW MODEL ARMY são uma banda brutal. Um concerto que dava tudo para que os KD tivessem partilhado. Aquilo somos nós quando chegarmos ao nosso melhor. Ou melhor, aquilo é o que nós devíamos tentar alcançar. Baterista fulminante. Baixista fantástico. Guitarras competentes mas não demasiado vistosas e uma presença visceral a lembrar o Paulo Inácio mas com mais voz, mais cantado, mas também gritado, a plenos pulmões, na raiva contra a política inglesa, norte-americana, a globalização e os mercados de capitais. Um concerto essencial a que não assistiram mais de 150/200 pessoas. É verdade. São pouco conhecidos. Não estão na moda. Nunca estarão. Mas são essenciais. Descubram-nos. Eles merecem e vocês também.

OS Inkubus têm uma vocalista cheia de pinta. Que enche o palco. Tem umas pernas fantásticas e voz também. A banda é apenas competente, mas Candia faz valer a pena a experiência. Não apenas pelo apelo sexual, apesar de ter cerca de 40 anos (?) muito bem conservados. Mas porque faz arte. Rock gótico mas com o seu quê de diferente. E depois a conversa pela noite fora, até às 3 da manhã, de experiências de palco partilhadas, de um rio que apaixona, das francesinhas devoradas com vontade ao jantar ou das peripécias de uma banda que tem 12 anos de estrada e ainda não desistiu. A curiosidade de terem gostado mais do concerto no Porto, para 30 pessoas, do que no Culto para 120. Porquê? "Porque sentimos que voltámos às nossas raízes e sentimo-nos bem assim". Gostei de ver. De ouvir. E sei que deixei ali três amigos. Que hão-de voltar um dia para beber mais um copo. Tenho a certeza. E eles também.

Os MUSE são fenomenais. Um concerto extraordinário. O palco incrível. Mas depois de conhecer outros em carne e osso o fascínio é maior. Porque a música são também as pessoas. E estas tocaram-me bem cá dentro.

1 comentário:

Fénix disse...

És um homem cheio de sorte (e saber).