quinta-feira, janeiro 11, 2007

PRIDE AND PREJUDICE


HEAVEN. Será talvez aquilo que temos de mais especial. Que não se pode comprar nem escolher. Que não está à venda e pelo que faremos as coisas mais loucas, mais estúpidas, mais sem sentido. Falo de amor. A capacidade que temos de amar. Aquilo que nos faz rir, chorar, passar num momento da alegria mais esfusiante ao desespero mais incontrolável. De facto, é fantástico amar. As cores ficam mais vivas, os dias mais longos... e sim, as noites também. E falo de amor, não de tesão. Do sentimento, não da carne. Essa está à venda. E claro, há tesão sem amor.

Gosto de romances difíceis. Gosto de amar. Sempre gostei do jogo da sedução. De sentir aquele frémito que confirma o sentimento, aquele arrepio incontrolável que nos deixa mais perto do paraíso, mesmo que sejamos uns filhos da puta. Revejo-me aí na literatura, no cinema, na vida que escolhi. Com todos os prós e contras que isso pode representar.

Tudo isto relembrado às 03.41 quando acabo de ver "Pride and prejudice" ("Orgulho e preconceito") na versão Keira Knightley. Sem actores tão fortes como "Sensibilidade e bom senso", mas ainda assim a valer as horas que nos prende no ecrã. Fez-me lembrar fortíssimas paixões de liceu, o porquê de me ter casado, o Amor de perdição do Camilo que tanto gostei. Os amores difíceis são os melhores. É preciso ter coragem para amar. É preciso ter coragem para se admitir que se precisa do outro. É preciso ter coragem para ser feliz.

6 comentários:

Anónimo disse...

entre muitos textos que ja li teus, este talvez seja o que mais me enquadro. Acima de tudo gosto do respeito no amor...

Suburbana disse...

Ora aí está um bom livro!
Orgulho e Preconceito é a história de alguém que encontra o amor no desprezo. Sendo esse sentimento uma falsa verdade construída no desconhecimento do outro.
Um pouco bucólico, e definitivamente fora de época, adapta-se no entanto à realidade moderna. Afinal trata-se de um engano que prova que a distância e a frieza nem sempre revelam o real sentimento.
Ainda não vi o filme, mas vi a série da BBC em episódios. Muito british, como só eles sabem fazer.
Recomenda-se!

Eskimo disse...

Sim, a série também é muito boa. De qualidade, mesmo. Lembra-me outra que comprei e que adoro: Reviver o passado em Brideshead. Não pelo conteúdo, são muito diferentes. Mas pela qualidade. O standard do audiovisual britânico é brutal. Tanto no cinema como na televisão, passando pelo teatro, a comédia em todos os géneros... Amo a puta da ilha, por muito pretenciosos que sejam aqueles que lá habitam.

Suburbana disse...

Para quem não sabe, a escritora é Jane Austen.
Comprem o livro

Jagunço disse...

Pois eu acho que isso é uma questão de gases. Umas gotinhas de gutalax na comida e isso passa...

Eskimo disse...

Ahahahahah, sempre sensível...

Mas olha que é um belo filme. Devias ver...