
I LOVE THIS GAME!. A 5 de Outubro vou ter a oportunidade de pisar mais um grande palco do nosso país. Curiosamente, o trabalho é tanto que ainda não consegui sentir nada de especial em relação a isto. Sei que é bom, que estou feliz, mas não tanto como pensava. Ainda.
O facto de o fazer com os KARPE DIEM não deixa de ter piada. As minhas expectativas em relação à banda nunca foram altas. Mas é um facto que a nossa relação próxima com os UHF nos tem permitido experiências para mais tarde recordar. E que temos melhorado muito com o tempo. Vamos ver onde isto nos vai levar. Entrei para os KD a convite do Moas e porque achei que eles eram uma família porreira, responsável, que me ia permitir continuar a tocar sem me chatear muito. Hoje temos marcado o Coliseu. E músicas que me dão orgulho tocar. Prazer, então, nem se fala. Tudo aquilo que fazemos com paixão só pode melhorar. Às vezes tenho pena de não ter tempo para também eu poder progredir. Mas começa a ser tarde. E a minha vida não é isto. Este é, sim, o hobby da minha vida. Os KD que me perdoem. Dificilmente virei a ser melhor. Como diz o outro. What you see is what you get...
A brincar, a brincar, depois do Coliseu, dos palcos todos que queria pisar em Portugal, fica-me a faltar apenas o Pavilhão Atlântico. Não é nenhuma obsessão. Antes pelo contrário. Gosto mais de concertos como os do Culto, em nome próprio, intimistas, do que primeiras partes propriamente ditas. Mas a verdade é que abrir para públicos maiores do que estamos habituados aumenta sempre a adrenalina. E ambientes como o que vivemos com os Mission no Hard Club são diferentes. Não há nada como tocar para públicos que sabem o que estão a ouvir. Que estão habituados a ser confrontados com novos projectos. Quando consegues conquistar um público assim, é porque algum valor deves ter.
Aula Magna. Grande Auditório do CCB. Pequeno Auditório do CCB. Johnny Guitar. Hard Club. Expo. Festivais. Agora o Coliseu. Entre muitos bares, festas populares, festas de amigos e pátios de liceu. Muitos concertos, muitas noites de copos, muitas bandas diferentes. Mais. Muitas horas roubadas à família. Muitas correrias depois de sair do jornal. Muitos atrasos que os KD são obrigados a perceber. Muitos sacrifícios em nome do Rock. Sacrifícios? Não, não é verdade. E quem me conhece, a Sara, por exemplo, sabe que (felizmente ou infelizmente) para mim é tão importante duas horas de ensaio que me permito estragar todo e qualquer fim-de-semana em família para poder dar um salto à combola do rock, como lhe gosta de chamar o nosso Zé Pedro.
Olho para trás e vejo que já passei por algumas bandas. À memória vêm sempre os Kaganisso. É óbvio. Por alguma razão gosto do Rui como de um irmão de sangue. Foram passados aí alguns dos melhores anos da minha vida. Os da irresponsabilidade total. Que saudades.
Mas houve também os Som Rebelde. Os Cello. Os Kaganisso já com o Cassapo na voz, que nunca saíram da garagem. Os Blue Angels, com o Careca, para a obtenção de um contrato discográfico. Os ensaios com o pessoal dos Tom Cat. Os ensaios e concertos com os Nau Frágil, de Almada. (Onde andas tu, Pedro?). As experiências rock com o grande João Pedro dos Culatra. Os ensaios e o concerto na Aula Magna com o Chico Mendes, o Pernes e o Marco, lembro-me agora... hehehe. E os concertos com os Ibauty - seria assim que se escrevia? Que noites. Que dias.
KD - 5 de Outubro - Coliseu do Porto. 1.ª parte dos UHF